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O que é INCC?

O INCC, sigla para Índice Nacional de Custo de Construção, é uma taxa mensal calculada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o propósito de mensurar o aumento dos custos dos insumos empregados em construções habitacionais.

Em outras palavras, esse índice desempenha um papel crucial no reajuste das parcelas de contratos relacionados à aquisição de imóveis em fase de construção. Por isso, compreender o seu método de cálculo é fundamental.

A sua primeira versão, inicialmente chamada de Custos da Construção (ICC), foi introduzida pela FGV em 1950, e nesse período, esse indicador monitorava exclusivamente os custos no mercado de construção na cidade do Rio de Janeiro.

Contudo, nas décadas subsequentes, o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) expandiu suas atividades para levantar os custos das construções habitacionais em outras cidades do país. Com esses novos cálculos, foram incorporados ao ICC os gastos relacionados a tecnologias e serviços mais modernos.

Finalmente, em fevereiro de 1985, o ICC foi substituído pelo INCC, ampliando ainda mais sua abrangência ao incluir novos itens no cálculo, além de considerar mais cidades no acompanhamento desse indicador.

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Reprodução: Loucos por Rádio

Como calcular o INCC?

O INCC, Índice Nacional de Custo de Construção, é composto pela média aritmética ponderada dos dados coletados em sete cidades previamente mencionadas, sendo uma combinação de um sistema de preços e pesos. Para calcular esse índice, são considerados quatro fatores principais: materiais, equipamentos, serviços e mão de obra.

Os preços dos materiais são subdivididos em três grupos distintos: estruturais, instalações e acabamentos. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é responsável por levantar esses custos, utilizando orçamentos analíticos de empresas de engenharia civil, abrangendo 64 itens de mão de obra e 659 itens nos outros três fatores.

Quanto ao sistema de pesos, ele leva em consideração as variações de custos entre as cidades, assim como os tamanhos dos mercados de construções habitacionais em cada uma delas. Os pesos são atribuídos em percentuais, totalizando cem quando somados os pesos das sete cidades.

Isso afeta as parcelas do imóvel?

Para evitar surpresas ao comprar um imóvel, é essencial compreender como o INCC é calculado e como ele impacta as parcelas do financiamento imobiliário.

O INCC é empregado em casos de financiamento de imóveis em construção ou na planta. Isso significa que, ao financiar um imóvel na planta, por exemplo, o valor cobrado incluirá o preço do imóvel somado aos ajustes relacionados à sua construção. No entanto, se a aquisição for à vista, o INCC não será aplicado.

Ao financiar um apartamento na planta, por exemplo, não apenas as parcelas do crédito habitacional são cobradas, mas também os custos associados à construção do empreendimento.

Dado que a construção está sujeita às flutuações nos preços dos materiais de construção e mão de obra, o INCC é crucial para ajustar o saldo devedor ao longo da fase de obras do apartamento.

É importante destacar que o INCC não é considerado uma taxa de juros de financiamento. Os juros de uma construção são conhecidos como “taxa de evolução de obra”, uma tarifa que os bancos cobram das construtoras que obtêm empréstimos para iniciar as obras. A seguir, explore a diferença entre o INCC e a taxa de evolução de obra.

Vantagens da Utilização do INCC pelas Construtoras

A gestão financeira sólida das construtoras é essencial para o manejo responsável de suas finanças, orçamentos de obras, despesas e receitas. Nesse contexto, a principal vantagem obtida pelas construtoras ao empregarem o INCC na cobrança das parcelas de seus empreendimentos reside na preservação do poder de compra do valor acordado com seus clientes.

O INCC é utilizado para proteger os valores do financiamento de imóveis na planta diretamente com a construtora, evitando assim a inflação nos preços dos insumos na construção civil que pode ocorrer durante a execução do empreendimento.

Além disso, o índice também reflete aumentos mais sensíveis que afetam exclusivamente a construção civil, como os reajustes salariais do setor. Contudo, esses efeitos costumam ser percebidos geralmente dois meses após o ajuste, uma vez que a parcela paga em um mês é corrigida com base no índice de dois meses anteriores.

Vale ressaltar que o INCC não incide apenas nas parcelas regulares do empreendimento, mas também em intermediárias, balões e chaves, garantindo que nenhuma parte do pagamento da obra fique defasada em seus valores.

Cuidados na Forma de Cobrança

A lógica por trás do uso do INCC é evitar a desvalorização das parcelas pagas pelos clientes enquanto a obra ainda está em andamento e os custos de construção continuam a aumentar. Portanto, o índice não deve ser aplicado após a entrega do apartamento.

Em caso de atraso na obra, a construtora deve interromper o uso do INCC no mês de entrega estabelecido pelo contrato — em relação a isso, ainda não há uma decisão uniforme entre os tribunais.

Algumas decisões determinam que o INCC deve ser congelado no valor do mês de entrega, enquanto outras entendem que as parcelas devem ser corrigidas por outro índice mais favorável ao comprador, como o IGP-M.

É importante observar que as construtoras não adicionam juros às parcelas de imóveis na planta, uma vez que só podem ser cobrados do comprador pela instituição que financiar a habitação após a entrega pela construtora.

No entanto, nem todo valor adicional ao INCC cobrado pelo imóvel na planta configura uma cobrança indevida. Por exemplo, a construtora pode cobrar o Seguro Garantia de Entrega de Obra (SGEO), que atua como proteção contra atrasos na entrega do empreendimento para os clientes.

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